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Apesar do desejo de cursar a universidade, 3 em cada 4 refugiados e migrantes da Venezuela ouvidos em enquete não conhecem o Enem

Embora queiram acessar o ensino superior no Brasil, 75% nunca ouviram falar do Enem, a principal porta de acesso às instituições de ensino. Levantamento é da plataforma digital U-Report Uniendo Voces.


Diante da proximidade do dia de aplicação das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) no Brasil, muitos refugiados e migrantes da Venezuela desejam entrar na universidade, mas não conhecem os caminhos e formas de acesso. É o que mostra uma pesquisa da Plataforma de Coordenação Interagencial para Refugiados e Migrantes da Venezuela (R4V, na sigla em inglês). Entre as pessoas que responderam à enquete, 92% afirmam querer entrar em uma universidade ou faculdade, mas 3 em cada 4 nunca ouviu falar do Enem, a principal forma de acesso para o ensino superior no Brasil hoje. A primeira etapa será aplicada neste domingo, 13, e a etapa seguinte no dia 20 de novembro.

A pesquisa foi realizada no começo do mês através do U-Report Uniendo Voces, uma plataforma digital de informação e participação social para jovens e adolescentes que deixaram seu país em busca de proteção e assistência no Brasil.  Acesse os resultados completos.


Cecília Bastos/USP Imagens


“De forma geral, um dos motivos que impede o acesso à educação de pessoas refugiadas e migrantes é o desconhecimento de que isso é um direito. O que a enquete mostra agora é que isso não ocorre apenas na educação básica, quando as famílias em grande parte desconhecem o processo de matrícula, por exemplo, mas se perpetua durante a adolescência e juventude”, afirma a co-líder do setor de Educação da Plataforma R4V, Cynthia Ramos, também coordenadora de Educação em Emergências do UNICEF. 

Instituições de ensino públicas e privadas utilizam o Enem – aplicado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), autarquia vinculada ao Ministério da Educação – para selecionar estudantes, seja como critério único ou complementar dos processos seletivos. Apesar do desconhecimento, quase 9 em cada 10 entrevistados afirma que tentará entrar na universidade no próximo ano.  

“A educação é fundamental para a integração, inclusive socioeconômica, de refugiados e migrantes. Eles pensam no futuro e na continuidade da educação em seu novo país, mas será preciso investir na informação sobre meios de acesso e na facilitação para promover esse acesso também no ensino superior”, defende Mariana Alcalay, co-líder do setor de Educação da Plataforma R4V e também oficial de projetos de Educação da Unesco. 

Hoje, 388 mil refugiados e migrantes da Venezuela vivem no Brasil. A maioria chega ao país pela fronteira na cidade de Pacaraima, em Roraima, na Região Norte. 

A pesquisa do U-Report Uniendo Voces contou com a participação de 74 pessoas e não tem caráter representativo da população de pessoas refugiadas e migrantes no Brasil. Dos que responderam à enquete, 55% têm o ensino médio completo, 52% têm até 30 anos e quase metade vive nos estados de Amazonas e Roraima.
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O que é o U-Report Uniendo Voces

O U-Report Uniendo Voces é uma ferramenta de informação e participação social para jovens e adolescentes refugiados e migrantes da Venezuela que vivem no Brasil. As enquetes são realizadas virtualmente pelo WhatsApp, Facebook Messenger ou aplicativo, sempre de forma voluntária, gratuita e anônima. Através da interação com um chatbot chamado “Gigante”, os participantes também acessam informações atualizadas e confiáveis sobre serviços e direitos. A iniciativa é ainda implementada pela plataforma R4V no Equador e Bolívia. Originalmente, o U-Report é uma ferramenta criada pelo Fundo das Nações Unidas para a infância (UNICEF) em 2011, com foco nos jovens, estando presente hoje em 90 países. Os canais para interação no Brasil, onde o projeto é implementado pela Viração Educomunicação, são:



Sobre a Plataforma R4V 

A Plataforma Regional de Coordenação Interagências R4V – Resposta a Venezuelanos e Venezuelanas, é um mecanismo de articulação entre agências do sistema das Nações Unidas e a sociedade civil. A Plataforma R4V é composta por um conjunto de parceiros e tem como objetivo responder ao fluxo de venezuelanos na América Latina e Caribe. No Brasil, é composta por 55 integrantes, sendo liderada pela Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) e Agência da ONU para Migrações (OIM).


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